Da Plaza Mayor, com amizade...

Pela primeira vez escrevendo-vos de Getafe de forma explícita, mais do que emitindo simples publicações, hoje pude sentar-me à secretária, este local que cada vez mais se assemelha com o meu local de estudo e composição.

Nada de relevante aconteceu, na verdade a “roda viva” de dias anteriores deu-nos tréguas para o dia de hoje, de tal forma que fomos a Madrid num comboio suburbano, bastante rápido por sinal, o que tornou a viagem bem mais ligeira. Sim, já estivemos na Plaza Mayor atravessando a Gran Via!

Os dias vão-se somando e sentimos uma necessidade, por vezes deprimente, de ter algo que dizer ou fazer. Na verdade não nos apetece ir amanha para a faculdade e começar aquilo que num ambiente Erasmus parece ser secundário: os estudos universitários. Contudo, poderá ser saudável e espero que esta ocupação, levada com certeza muito a sério, seja uma bela iniciação à vida quotidiana. A azafama rotineira substituirá esta “roda viva” supra descrita em que nos lançámos, quer por necessidades de instalação, quer por purga sentimental, como que lutando para não pensarmos em algo belo, mas nefasto em certa medida, e tão português, a Saudade.

Deixo-vos com esta bela anotação do que é ser português em terras de el Rey Juan Carlos: hoje, à saída do metro, uma senhora veio falar connosco e disse que também era portuguesa mas que casando com um espanhol, por ali se tinha fixado faz anos. Era uma senhora de trato duro, cuja sua simpatia em afirmar a comum nacionalidade, mais não foi que um grito. A vida tinha-a amargado, como a humidade no metro de Madrid. Para nós, Vânia e Pedro, a vida está pela frente e não na estação que ficou para trás. É com este traço de esperança que hoje vos deixo, garantindo que amanhã, será mais um novo dia, dar-se-á por terminado o interlúdio e o início das aulas trará novas conclusões, e linhas a partilhar.